Top 10 da vida

Eternal Sunshine é meu filme preferido de todos os tempos ever infinito. Ele une praticamente todos os temas que eu mais gosto (relacionamentos, humor, sci-fi, neurociência, memória, fluxo temporal, Kate Winsl…aham) num roteiro que eu só posso classificar como perfeito. Profundo, tocante, Charlie Kaufman toca em todas as teclas e fala com qualquer um que tenha enfrentado desafios de um relacionamento na vida. Jim Carrey está em seu melhor papel desde Truman e Kate Winslet transforma a Clementine, mesmo a que habita as memórias de Joel, em um personagem tão real que assusta. O resto do elenco também impressiona. Isso somado ao virtuosismo visual do Michel Gondry, à trilha excepcional do Jon Brion e a um final de encher os olhos de lágrimas e o resultado é esse aí: um romance que é um sci-fi que é uma comédia que é um drama que fala sobre a vida. Quem dera o Gondry tivesse mantido o padrão…

O filme filosófico definitivo. Quem somos, pra onde vamos e o que podemos fazer nesse meio tempo, nosso relacionamento com "deus" e com o resto do universo, relações de poder, criador/criatura, vida e morte, tudo embalado nos melhores efeitos visuais da história do cinema. Mistura momentos de contemplação e reflexão com terror puro e simples. Se o filme tem uma falha, é ser muito pouco claro no final, que é muito melhor explicado no livro. Ainda assim, é o maior filme do maior diretor de todos os tempos.

Sem Annie Hall, Eternal Sunshine não existiria, eu sei. Outros mil filmes sobre relacionamentos também não. O filme vai de The Universe is expanding! a briga de lagostas e metalinguagem, tudo pra deixar o espectador melancólico. É um filme triste de onde se sai feliz. Há quem diga que Annie Hall é só um preparativo pra Manhattan, mas eu não poderia discordar mais. Woody Allen nunca fez nada melhor.

Roteiro redondinho, personagens carismáticos, fotografia incrível, edição revolucionária. É também o mais influente pelos mesmos motivos, principalmente na parte técnica. Ninguém jamais filmou uma cena com a câmera na mão da mesma forma depois da cena da galinha, logo na abertura do filme. É mais um daqueles raros casos de um filme impecável: não tem nenhum aspecto dele que eu consiga pensar em melhorar. Da estrutura do roteiro do Bráulio Mantovani à trilha sonora, sem nenhum arranjo orquestrado, do Antônio Pinto. Fernando Meirelles fez o Pulp Fiction dos anos 2000. Merece todos os prêmios possíveis por isso.

Aronofsky transformou uma produção conturbada numa das histórias de amor e dedicação mais bonitas de todos os tempos. Um filme subestimado por muita gente e que merece uma outra olhada. Aqueles efeitos químicos e a trilha sublime do Clint Mansell são indutores naturais de lágrimas.