365 filmes para um ano inteiro

by ruimarujo | created - 11 Jan 2015 | updated - 01 Feb 2015 | Public
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1. Groundhog Day (1993)

PG | 101 min | Comedy, Drama, Fantasy

72 Metascore

A narcissistic, self-centered weatherman finds himself in a time loop on Groundhog Day.

Director: Harold Ramis | Stars: Bill Murray, Andie MacDowell, Chris Elliott, Stephen Tobolowsky

Votes: 684,865 | Gross: $70.91M

365 filmes para um ano inteiro #001: GROUNDHOG DAY (1993)

Tenho um destes problemas com as palavras que é complicado de resolver: sempre que me surge na mente uma frase, um título, um tema ou algo que viva nos arredores dessa vizinhança, não consigo encontrar descanso enquanto não fizer qualquer coisa com ela e lhe oferecer um destino qualquer. Está assim resumido o propósito deste registo...

GROUNDHOG DAY (1993): um filme que gira à volta da personagem interpretada por Bill Murray, um metereologista que dá por si a reviver o mesmo dia, uma e outra vez, sem saber muito bem o que fazer para quebrar esta espécie de feitiço em que se encontra preso!

Encontro aqui, principalmente nesta época de festividades pagãs, um pequeno paralelismo com os media e as suas peças diárias de ‘informação pertinente’. Ano após ano, as reportagens são as mesmas, os locais são os mesmos e quase não é possível fugir a esta constante repetição sazonal! Se pensarmos bem, o necessário sublinhar moral deste filme desenrola-se quase como um resumo daquilo que é a base de alguns conceitos da reencarnação, em que é necessário passares o teu karma para que possas encontrar finalmente a paz. Para além disso, é um dos meus filmes de Bill Murray preferidos...

2. High Fidelity (2000)

R | 113 min | Comedy, Drama, Music

79 Metascore

Rob, a record store owner and compulsive list maker, recounts his top five breakups, including the one in progress.

Director: Stephen Frears | Stars: John Cusack, Iben Hjejle, Todd Louiso, Jack Black

Votes: 189,724 | Gross: $27.29M

365 filmes para um ano inteiro #002: HIGH FIDELITY (2000)

HIGH FIDELITY (2000): numa altura em que ainda acreditava em preferidos absolutos, este foi o filme que recolheu o estatuto de preferência sublime. Mas essa fase desapareceu e deixei de acreditar em absolutos. Continua a ser um dos títulos que mais gosto de rever, ainda que tenha a irritante herança de ser considerado uma comédia romântica e se existe alguma coisa que detesto em absoluto são comédias românticas.

Mas HIGH FIDELITY tem muito mais conteúdo naquele emaranhado de aproximadamente 113 minutos. Coisas que fazem parte do meu universo, muito para além dos talentos de John Cusak, Jack Black, Todd Louiso, Tim Robbins ou Iben Hjejle! Este é um filme que não existiria sem música. E o maravilhoso desta afirmação é o facto de não me estar a referir a uma mera banda sonora, em jeito de plano de fundo. A música assume aqui um papel muito próximo a uma personagem adicional, tamanha é a sua importância para estas personagens e para as suas vidas. Seja na loja de Rob Gordon (John Cusak) e nos seus dois empregados (Jack Black e Todd Louiso), nas suas relações pessoais ou nas mágicas compilações que qualquer um deles está constantemente a criar, a discutir e a alterar, chegando mesmo ao ponto de abordar, a determinada altura, essa complicada arte de fazer uma boa compilação em cassete. Coisas de outros tempos que ainda possuem muita magia.

Deixei de acreditar em absolutos, mas continuo a gostar deste filme da mesma forma que gostava nessa altura. Curiosamente, nunca li “High Fidelity”, o livro de Nick Hornby no qual se baseou este filme de Stephen Frears, mas ainda vou a tempo de resolver aquela eterna dúvida entre qual das duas versões é melhor, o livro ou o filme. O próprio Nick Hornby defende as duas e ele é pessoa para perceber disto...

3. Seven Psychopaths (2012)

R | 110 min | Comedy, Crime

66 Metascore

A struggling screenwriter inadvertently becomes entangled in the Los Angeles criminal underworld after his oddball friends kidnap a gangster's beloved Shih Tzu.

Director: Martin McDonagh | Stars: Colin Farrell, Woody Harrelson, Sam Rockwell, Christopher Walken

Votes: 273,866 | Gross: $15.02M

365 filmes para um ano inteiro #003: SEVEN PSYCHOPATHS (2012)

SEVEN PSYCHOPATHS (2012): um dos principais motivos para todas estas entregas diárias não é tanto para que as palavras sejam lidas, mas sim para que filmes sejam partilhados com quem tenha vícios semelhantes aos meus. A simplicidade disto é que tanto podem surgir aqui títulos do passado, coisas arquivadas na memória ou descobertas mais recentes que, por um motivo ou outro, acabarão por ser incluídas nesse fundo baú de preciosidades ociosas. SEVEN PSYCHOPATHS é um desses casos.

Fresco na memória, apesar de todo o tempo que passou na fila de coisas-para-ver-assim-que-o-tempo-e-a-paciência-assim-o-permitam, este filme surgiu no radar devido a um estudo/leitura, que ainda decorre, acerca de um dos grandes criadores musicais de todo o sempre, um senhor, Tom Waits! A curisosidade, em estado salivar abundante, aumentou pela simples presença de outro monstro de todo o entretenimento, outro senhor, Christopher Walken! Deixando para o final, mas não menosprezando a riqueza que conferem às suas respectivas personagens, o resto deste elenco tem nomes como Sam Rockwell, Colin Farrell ou Woody Harrelson! É toda uma constelação... Não querendo limitar a descrição de SEVEN PSYCHOPATHS a um único género, pode-se dizer que estão ali presentes diversos elementos de comédia negra e crime. Um universo dinâmico que pode ser acolhedor para quem já visitou sítios como In Bruges, Snatch, RockaRolla, Pain & Gain e semelhantes. A violência, o humor enegrecido e o diálogo são excelentes e, por vezes, levam mesmo a sentir algumas saudades dos velhos filmes do Quentin...

Com um argumento que nos leva a cruzar planos entre a imaginação e a realidade onde, não raras vezes, uma coisa acaba por se transformar na outra, adiantar mais acerca do enredo em si seria arruinar um pouco toda a experiência. Tudo o que me resta deixar como assinatura é que se trata de um dos melhores filmes que vi no último par de anos.

4. 12 Angry Men (1957)

Approved | 96 min | Crime, Drama

97 Metascore

The jury in a New York City murder trial is frustrated by a single member whose skeptical caution forces them to more carefully consider the evidence before jumping to a hasty verdict.

Director: Sidney Lumet | Stars: Henry Fonda, Lee J. Cobb, Martin Balsam, John Fiedler

Votes: 864,595 | Gross: $4.36M

365 filmes para um ano inteiro #004: 12 ANGRY MEN (1957)

12 ANGRY MEN (1957): façamos uma viagem no tempo até ao ano 1957, para mencionar aquele que é, sem dúvida, um dos melhores filmes da história do cinema. 12 ANGRY MEN é um drama com uma história simples, mas um enredo que deixa qualquer um colado ao ecrã, tentando antecipar cada nova cena e cada novo desenrolar de acontecimentos. Um julgamento de homicídio, uma dúvida razoável e doze homens incubidos de decidir se o destino do acusado será a liberdade ou a setença de morte. Doze homens com passados diferentes, personalidades diferentes e motivações diferentes, confrontados com provas, argumentos e escolhas.

Este é um filme que arriscou basear toda a sua força no poder das palavras e no talento dos seus actores. Não existem muitas cenas fora da sala de jurados onde estes homens são obrigados a decidir o destino do acusado. As personagens não têm nomes e o suspense é prolongado de uma forma excepcional, seja no que diz respeito ao desfecho do caso em si, seja na forma como os diferentes jurados vão deixando cair as suas máscaras à medida que o tempo se arrasta e o confronto de mentes vai fazendo as suas vítimas. Tudo isto a depender apenas e só da enorme qualidade na escrita deste argumento e no desempenho de Henry Fonda e de uma série de outros actores que certamente vos poderão oferecer memórias de outros filmes.

Mesmo que anteriormente tenha afirmado que deixei de acreditar em absolutos, não tenho qualquer problema em afirmar que este é um dos melhores filmes que vi em toda a minha vida e um dos que penso que todos deviam ver, para se lembrarem do tempo em que o bom cinema dependia fundamentalmente do poder das palavras e das interpretações. Algumas pessoas defendem que 12 ANGRY MEN é uma óptima peça para estudar falácias lógicas e mentalidades de grupo. Eu acho apenas que é um filme fenomenal!

5. Murder by Death (1976)

PG | 95 min | Comedy, Crime, Mystery

62 Metascore

Five famous literary detective characters and their sidekicks are invited to a bizarre mansion to solve an even stranger mystery.

Director: Robert Moore | Stars: Peter Falk, Alec Guinness, Peter Sellers, Eileen Brennan

Votes: 41,658

365 filmes para um ano inteiro #005: MURDER BY DEATH (1976)

MURDER BY DEATH (1976): vários e diversos géneros cinéfilos vão certamente passar por este crivo de sugestões pessoal e a quinta escolha recai sobre um título incluído naquela área vulgarmente conhecida como um spoof (uma paródia a um género/tema/filme/etc), neste caso específico, com todas as agulhas apontadas para as histórias de detectives e mistérios por resolver! Pensem em Agatha Christie, Hercule Poirot ou os contos de Sherlock Holmes...

Não precisam de muita imaginação para visualizar um elenco de luxo em MURDER BY DEATH, onde debaixo do mesmo tecto podem encontrar nomes tão lendários como Truman Capote, Peter Falk, Alec Guinness, David Niven, Peter Sellers ou Maggie Smith! Quer os papeis que interpretam, quer o próprio enredo, não possuem um grau de exigência tão elevado quanto isso, tratando-se de uma uma leve comédia que, tal como disse antes, parodia as histórias de detectives que sempre foram bem recebidas pelo público. Aqui, um excêntrico milionário (Truman Capote) convoca aqueles que são considerados os melhores detectives do mundo para passarem um fim-de-semana na sua luxuosa mansão, apenas para lhes acabar por revelar que alguém será assassinado naquela mansão, num crime tão perfeito que nenhum deles conseguirá desvendar o mistério, provando assim que é mais inteligente que as mentes astutas dos seus convidados! Para fechar o ramalhete de variáveis nesta história, resta adicionar um mordomo cego e uma cozinheira surda. Tudo o resto é entretenimento clássico!

Mesmo não sendo a melhor comédia de todos os tempos, o simples facto de reunir o elenco que apresenta serviu para me aproximar deste filme desde a primeira vez que tive oportunidade de o ver. Recentemente voltei a cruzar-me com ele e continua sem me desiludir. Mas eu tenho um fraquinho por filmes desta altura e por actores como Peter Sellers, por isso, não foi difícil ser conquistado por MURDER BY DEATH...

6. The Last Supper (1995)

R | 92 min | Comedy, Crime, Drama

A group of idealistic, but frustrated, liberals succumb to the temptation of murdering rightwing pundits for their political beliefs.

Director: Stacy Title | Stars: Cameron Diaz, Ron Eldard, Annabeth Gish, Ron Perlman

Votes: 15,632 | Gross: $0.44M

365 filmes para um ano inteiro #006: THE LAST SUPPER (1995)

THE LAST SUPPER (1995): no seguimento mental da entrada #005, que diz respeito a convites com a nefasta certeza da existência de um crime, neste caso, vários, a memória foi repescar um filme com muito pouca projecção e com o qual não me cruzo há bastante tempo, mas que também figura na galeria daqueles que vale a pena e que foi já adicionado à lista de coisas que aí estarão a chegar, para o espólio pessoal, mais dia menos dia, mais euro menos euro...

Uma entrada onde também figuram algumas caras bem conhecidas, facilmente reconheciveis para quem se dedica ao cinema ou às séries, falo do caso de Cameron Diaz, Mark Harmon (o Gibbs da série NCIS), Bill Paxton, Jason Alexander (Seinfeld) ou Ron Perlman (Hellboy), THE LAST SUPPER é considerada uma comédia negra onde o destino leva a que um grupo de jovens dê início a uma espécie de ritual, onde vão convidando algumas pessoas para uma refeição em sua casa, todas elas conhecidas por manifestarem as suas opiniões extremistas e pouco dadas a liberalismos sociais. Durante a refeição, sucedem-se os debates ideológicos e filosóficos que, mais do que uma partilha de ideias madura, serve o propósito de decidir o destino do convidado. Sairá de casa pelo seu próprio pé ou será convidado para um brinde com vinho envenenado e enterrado no jardim? Entre os convidados estão, para terem uma ideia, um reverendo homofóbico, um apologista da violação, um defensor da censura, um racista, e a lista segue por estes caminhos...

Em termos de mensagem subliminar, se é que podemos as coisas desta forma, THE LAST SUPPER coloca em discussão o difícil equilíbrio entre os pontos que se extremam e as circunstâncias em que as nossas próprias ideias se tornam radicais e escassas de razão ou justificação, mas é sobretudo um filme que diverte. Mesmo com todos os radicais e homicídios...

7. Looking for Comedy in the Muslim World (2005)

PG-13 | 98 min | Comedy

53 Metascore

To improve its relations with Muslim countries, the United States government sends comedian Albert Brooks to south Asia to write a report on what makes followers of Islam laugh.

Director: Albert Brooks | Stars: Albert Brooks, Sheetal Sheth, John Carroll Lynch, Penny Marshall

Votes: 3,416 | Gross: $0.89M

365 filmes para um ano inteiro #007: LOOKING FOR COMEDY IN THE MUSLIM WORLD (2005)

LOOKING FOR COMEDY IN THE MUSLIM WORLD (2005): os limites da arte são muitas vezes definidos pela coragem do artista e esta afirmação é tão ou mais verdadeira quando esses limites ultrapassam a ténue fronteira entre o sagrado e o profano. Num dia em que o sangue se espalhou pela imprensa, manchando a História, a liberdade de expressão e o radicalismo religioso, nenhum outro título seria mais indicado para partilhar neste espaço e neste contexto.

Escrito, realizado e interpretado por Albert Brooks, este filme revela-nos a preocupação do Governo Americano em tentar compreender o mundo e a cultura muçulmana, começando por descobrir aquilo que os faz rir! Albert Brooks é contratado para levar a cabo esta investigação e para elaborar um trabalho que os responsáveis governamentais possam utilizar para orientar a sua política externa! Esta sua desconfortável missão leva-o até à Índia, destino que o próprio começa por estranhar por não o associar com as grandes comunidades muçulmanas mas onde, após ser confrontado com a informação necessária, rapidamente tentou colocar em marcha a sua tarefa! A palavra-chave aqui, parece-me ser ‘informação’. Conhecimento. Principalmente porque, tal como diz o velho chavão, é ela que nos fortalece, é ela que nos ilumina e se existe coisa que este mundo não tem necessidade nenhuma é de trevas. Nesta comédia de Albert Brooks, este conceito também é retratado, quer pelas óbvias diferenças culturais sublinhadas, quer pelas peripécias e labirintos, percorridos entre a Índia e o Paquistão, por um realizador judeu que quase dá origem a um conflito internacional de cariz religioso. A cegueira intelectual é uma praga muito infecciosa.

Em boa verdade, face ao filme em si, haverá algumas divisões entre o ser bom, mau, aceitável ou mesmo sofrível, mas é óbvio que é uma obra que não é apreciada por todos e existem mesmo pessoas que o acusam de ser um veículo de propaganda xenófoba, racista e apologista dos interesses judeus e ocidentais! Pessoas que nunca viram o filme, claro está!

8. Bubba Ho-Tep (2002)

R | 92 min | Comedy, Fantasy, Horror

57 Metascore

When residents of their nursing home start dying of dubious causes, an aged Elvis and an African-American senior who claims to be President John F. Kennedy discover that the perpetrator is an Egyptian mummy with murderous intentions.

Director: Don Coscarelli | Stars: Bruce Campbell, Ossie Davis, Bob Ivy, Ella Joyce

Votes: 51,490 | Gross: $2.00M

365 filmes para um ano inteiro #008: BUBBA HO-TEP (2002)

BUBBA HO-TEP (2002): aproveitando a boleia comemorativa daquilo que seriam os oitenta anos celebrados por Elvis Presley e para aliviar um pouco o ar à volta destes dias, serve esta entrega para sugerir um filme realizado por Don Coscarelli e interpretado por um dos nomes mais queridos do cinema de culto, Bruce Campbell (Evil Dead, Maniac Cop, etc.), aqui ombreado por Ossie Davies, uma cara bem conhecida do cinema e da televisão! Baseado numa história escrita previamente por Joe R. Lansdale, este argumento tem tanto de excêntrico e de surreal como de divertimento e enlace.

Bruce Campbell interpreta o papel de um Elvis Presley envelhecido, confinado a um lar de idosos de reputação e condições duvidosas, um verdadeiro canto de esquecimento para vidas gastas pelo tempo. As voltas e aventuras da antiga estrela passaram por tamanhos labirintos que o velho Rei é tratado por todos como um dos milhares de imitadores que existem por esse mundo fora. Por mais que a sua vontade o exija, ninguém acredita que ele é o próprio dono de Graceland! O seu companheiro neste último recanto de existência é a personagem interpretada Ossie Davies, cujas energias são gastas em tentar convencer todos os que o rodeiam de que ele é JFK, tratado pelos serviços secretos americanos após uma pseudo-tentativa de assassinato, após o que lhe tingiram a pele de negro e abandonaram naquele lar de terceira idade! Uma improvável dupla de idosos amigos que, eventualmente, acabarão por se verem envolvidos numa história que envolve pessoas desaparecidas, múmias do velho oeste e lutas com andarilhos no cemitério local!

Aliando iguais partes de terror inofensivo, comédia e reflexão mordaz acerca da forma como o envelhecer nos afecta e às pessoas que nos rodeiam, BUBBA HO-TEP é também uma excelente oportunidade de assistir, segundo diversas opiniões, a uma das melhores interpretações que o Rei Elvis já recebeu num ecrã! O facto de ser um filme que começou de uma forma independente e que tem como protagonista Bruce Campbell, adiciona mais pontos ao meu factor de excelência, uma vez que se trata de um dos actores que mais aprecio nestas andanças de cinema afastado do passeio da fama...

9. Find Me Guilty (2006)

R | 125 min | Biography, Comedy, Crime

65 Metascore

In the late 1980s, a low level gangster named Jackie DiNorscio defends himself in court in what became the longest criminal trial in American judicial history.

Director: Sidney Lumet | Stars: Vin Diesel, Peter Dinklage, Ron Silver, Alex Rocco

Votes: 36,234 | Gross: $1.17M

365 filmes para um ano inteiro #009: FIND ME GUILTY (2006)

FIND ME GUILTY (2006): muitas das entradas que surgem aqui, e também muitas das que vão surgir no futuro, são rabiscadas de memória, sem que os filmes em questão tenham sido visitados nos tempos mais recentes. Em muitos casos trata-se de uma espécie de marcação, um agendar para relembrar momentos com velhos amigos. É também este o caso de FIND ME GUILTY, um dos grandes filmes relacionados com o universo do crime organizado, principalmente porque, como todos os bons filmes do género, é baseado em factos reais! E uma nova visita está já marcada na agenda...

Ainda mais que essa premissa, que tantas e tantas vezes torna as histórias ainda mais espantosas, é o facto deste ser provavelmente a melhor interpretação da carreira de Vin Diesel! Quem o conhece no papel de Riddick, ou como o Dominic da série Fast & Furious, vai ter alguma dificuldade em associar a personagem Jack DiNorscio, um membro subalterno de uma família mafiosa de New Jersey, ao actor que tem vingado mais nos filmes de acção que neste ambiente envolvendo criminosos bem aparentados e julgamentos federais! O argumento, baseado na verdadeira história de um julgamento que levou à barra do tribunal os membros da família Lucchese, coloca-nos nos passos da vida de Jack DiNorscio que, mesmo após um atentado à sua vida levado a cabo por um dos membros da família, se recusa a trair a lealdade e confiança do núcleo mafioso em que tem o seu lugar. Os líderes da família receiam que Jack possa ser a ruína de toda a organização quando este decide defender-se a si próprio durante o julgamento, utilizando apenas o seu bom senso, ingenuidade e esperteza adquirida durante toda uma vida dedicada ao crime.

Não tenho a noção se já vi todos os filmes onde Vin Diesel surge creditado como actor. Mas reafirmo que este é o filme onde o seu talento de actor realmente sobressai e deixa para trás boa parte dos seus minutos de ecrã como duro herói de acção! Posso até afirmar com toda a convicção que, entre ver FIND ME GUILTY ou qualquer um dos sete episódios da saga Fast & Furious, prefiro ver o FIND ME GUILTY sete vezes!

10. The Boondock Saints (1999)

R | 108 min | Action, Crime, Thriller

44 Metascore

Two Irish Catholic brothers become vigilantes and wipe out Boston's criminal underworld in the name of God.

Director: Troy Duffy | Stars: Willem Dafoe, Sean Patrick Flanery, Norman Reedus, David Della Rocco

Votes: 250,607 | Gross: $0.03M

365 filmes para um ano inteiro #010: THE BOONDOCK SAINTS (1999)

THE BOONDOCK SAINTS (1999): eis que se entra no domínio do duplo dígito, no que diz respeito à conta, peso e medida deste empreendimento, o de sugerir 365 filmes que tenha visto, tenha gostado e que, por um motivo ou outro, considere que possam também ter lugar no vosso universo. E ao chegarmos ao patamar dos dois dígitos, chegamos também a THE BOONDOCK SAINTS, um dos preferidos aqui no lar! Um filme acerca de crime, vingança e justiça, muito bem escrito, realizado e interpretado, com presenças mediáticas de Williem DaFoe e Billy Connoly, ajudando às personagens principais interpretadas por Sean Patrick Flanery e Norman Reedus.

Flanery e Reedus vestem a pele de dois irmãos de ascendência irlandesa, vivendo as suas despreocupadas existências algures na cidade de Boston, quando os seus caminhos se cruzam com a máfia Russa que tenta controlar alguns bairros da zona. Quis o destino e a dureza de rua dos dois irmãos que, em sua legitima defesa, alguns mafiosos acabassem mortos, o que acaba por alimentar um despertar para ambos! Fartos do crime organizado e do oprimir dos mais fracos às mãos dos poderosos criminosos da cidade, os dois irmãos iniciam uma investida com o objectivo de limpar a cidade de toda a escumalha que conseguirem encontrar! Tudo isto enquanto vão recitando versículos da bíblia, sendo ajudados por um amigo ainda menos preparado do que eles e perseguidos pelo FBI e pelos assassinos contratados que entretanto são colocados no seu encalce!

THE BOONDOCK SAINTS teve direito a uma sequela mas, tendo visto os dois, a minha preferência recai totalmente sobre este primeiro, o início de tudo! É um filme recheado de violência quando precisa de o ser, com os seus momentos de humor espalhados um pouco por todo o lado, à boa maneira deste género de filmes crime, e com uma acção que se vai desenrolado a um bom ritmo. É, sem dúvida alguma, um dos grandes filmes do género!

11. Pawn Shop Chronicles (2013)

R | 112 min | Action, Comedy, Crime

26 Metascore

An anthology of stories involving meth addicted white supremacists, a man looking for his kidnapped wife and an Elvis impersonator.

Director: Wayne Kramer | Stars: Paul Walker, Norman Reedus, Elijah Wood, Brendan Fraser

Votes: 12,127 | Gross: $0.00M

365 filmes para um ano inteiro #011: THE PAWN SHOP CHRONICLES (2013)

THE PAWN SHOP CHRONICLES (2013): o primeiro título que me veio à memória para partilhar hoje não era este mas, como a memória às vezes tem destas coisas, achei que antes de o partilhar devia fazer-lhe uma nova visita, tendo em conta que faz já algum tempo que ele não me passa pelos olhos e, apesar de saber que foi um filme do qual gostei bastante, falar sobre ele sem o ter presente não me parece muito bem... Mas como aqui é tudo bom, tal como na loja, a maravilha de hoje vai levá-los a provar um pouco da loucura de Wayne Kramer!

THE PAWN SHOP CHRONICLES (2013) é um filme que conjuga três histórias bizarras, que acabam por se interligar entre elas, da forma mais estranha e peculiar possível! Alguns críticos disseram que se tratava de um mau clone de Pulp Fiction, mas se prestassemos atenção a tudo o que dizem os críticos, muitos bons filmes iriam passar-nos ao lado. Outros houve que disseram que se tratava de “uma selvagem, bizarra e politicamente incorrecta mistura de géneros de cinema B misturados num só”. Vejam vocês e decidam! Pode ser que ajude, se souberem que nas três histórias deste filme surgem nomes tão conhecidos como Brendan Fraser, Elijah Wood, Vincent D’Onofrio, Matt Dillon, Norman Reedus ou o falecido Paul Walker! Pode também ajudar se souberem alguns dos temas que são abordados nestas três histórias: viciados em anfetaminas que colocam em causa as suas convicções de supremacia branca, um imitador do Elvis que anda numa maré de azar, um casal de recém-casados em viagem, um anão com um bastão de baseball, escravidão sexual feminina e um dos usos mais criativos que já vi alguém dar a anzóis de pesca e um martelo!

Se é um filme B ou não, não sei dizer. É um filme louco e cheio de personagens e situações ainda mais loucas. Podia ter sido escrito pelo Tarantino, mas não foi. Da mesma forma que podia ter sido escrito por tantos outros cujo universo e imaginação têm capacidade para criar estas histórias. O que realmente interessa é que existe, é altamente e passou ao lado de muita gente!

12. The Sting (1973)

PG | 129 min | Comedy, Crime, Drama

83 Metascore

Two grifters team up to pull off the ultimate con.

Director: George Roy Hill | Stars: Paul Newman, Robert Redford, Robert Shaw, Charles Durning

Votes: 279,804 | Gross: $159.60M

365 filmes para um ano inteiro #012: THE STING (1973)

THE STING (1973): Vamos abandonar por momentos os argumentos de loucura e de violência, apesar de não sairmos exactamente dos meandros do mundo do crime, para sugerir um dos grandes filmes da década de setenta e, porque não dizê-lo, da história do cinema. Apesar de muitas das sugestões que vão figurando por aqui serem de filmes esquecidos pelas grandes massas, reafirmo que os principais critérios continuam a ser o facto de serem títulos preferidos na colecção pessoal, o que significa que tanto podem ser aqui albergadas pérolas cult, como o ocasional blockbuster e consagrado lançamento. Penso que está assim justificada a inclusão deste grande filme que ganhou 7 dos 10 Oscares a que foi nomeado.

Com uma dupla de actores que se encontra entre o topo das preferências caseiras, Paul Newman e Robert Redford, fazendo frente a outro clássico vilão do grande ecrã, Robert Shaw (eterno em Jaws), THE STING é uma história de vigaristas e de aldrabões, artistas na arte do logro, mas também é uma história de vingança e de equilíbrio, entre o bom coração de uns e a frieza gananciosa de outros, em que um vigarista amador vem ao encontro de um dos maiores nomes daquela arte, tornado um foragido ao FBI e aos polícias corruptos, com o intuito, não só de se tornar melhor, mas também de conseguir vingar o destino de um dos seus melhores amigos e mentores às mãos de um poderoso líder do crime. Entre toda a preparação do esquema e os encontros e desencontros de personagens corrompidas pelo dinheiro fácil, os restantes detalhes e desfecho de THE STING ficam reservados para os que queiram seguir a história de Johnny Hooker, Henry Gondorff e Doyle Lonnegan.

Filmes como THE STING são ricos em conteúdo que nos prende ao ecrã. Não apenas pelo simples facto de estarmos presentes a alguns dos melhores actores que a indústria do cinema já ofereceu, mas também porque argumentos como este alimentam-nos o apetite pelo desenlace, pelo esquematizar de todas as linhas que unem os personagens e a acção em si, pela forma como esperamos que o final seja revelado ainda que saibamos que algo nos está a escapar no meio de toda a história. É um grande filme.

13. Five Fingers (2006)

R | 87 min | Drama, Thriller

In Morocco to assist with the creation of a food charity, a Dutchman is abducted by a terrorist.

Director: Laurence Malkin | Stars: Mimi Ferrer, Laurence Fishburne, Touriya Haoud, Isa Hoes

Votes: 8,363

365 filmes para um ano inteiro #013: FIVE FINGERS (2006)

FIVE FINGERS (2006): Na minha opinião, a quantidade de produções a que temos acesso, e com a facilidade com que acedemos a elas, tem-nos tornado um pouco mimados no que diz respeito aos nossos escapes de entretenimento. Acontece que, tal como a uma criança mimada, temos por vezes as nossas birras e os nossos amuos, sendo um dos mais frequentes a previsibilidade com que vemos o desfecho de uma história. Bom, acedo considerar que a responsabilidade aqui também possa vir do lado dos argumentistas que, seja por preguiça ou falta de talento, não nos souberam oferecer um daqueles twists que nos levasse a admirar e a elogiar o seu trabalho. Se calhar, limitaram-se a providenciar-nos com aquilo a que estamos habituados, entretenimento fácil e previsível.

Isso não é o que acontece com FIVE FINGERS, não no sentido de possuir um argumento brilhante e merecedor de todos os elogios possíveis, mas na capacidade de nos surpreender com um final inesperado e que apenas se começa a desvendar à medida que nos aproximamos dele. Lembram-se da última vez que o resolver de um filme vos deixou a pensar “Não estava nada à espera disto!!”? Pois essa foi exactamente a ideia que me invadiu após os curtos 87 minutos deste thriller que envolve terroristas, raptos e longos interrogatórios temperados com alguma tortura! Sem desvendar mais do que deva, para não vos arruinar a experiência, saibam apenas que Laurence Fishburne é Ahmat (o interrogador) e Ryan Phillipe é Martijn (o interrogado)!

Resta acrescentar ao terceiro parágrafo da praxe, apenas como forma de curiosidade, que existe um outro filme intitulado 5 FINGERS, datado de 1952, mas que em nada está ligado a esta produção, para além de um tema mais ou menos comum, que será a espionagem e o jogo de segredos que podem colocar em risco a vida de milhares de pessoas. De resto, o título da década de cinquenta foi muito mais bem sucedido em termos de bilheteira e reconhecimento e, assim que possível, passará também pelo crivo do sofá aqui de casa...

14. Ed Wood (1994)

R | 127 min | Biography, Comedy, Drama

71 Metascore

Ambitious but troubled movie director Edward D. Wood Jr. tries his best to fulfill his dreams despite his lack of talent.

Director: Tim Burton | Stars: Johnny Depp, Martin Landau, Sarah Jessica Parker, Patricia Arquette

Votes: 183,934 | Gross: $5.89M

365 filmes para um ano inteiro #014: ED WOOD (1994)

ED WOOD (1994): Não raras vezes, dou comigo a pensar como é que é possível que já tenham passado uns bons vinte anos desde que este filme viu a luz do dia e imortalizou, se é que ainda era necessário um maior exercício, a vida e a obra daquele que é considerado por muitos como o Pior Realizador da História do Cinema! Claro que este epíteto é bastante discutível, principalmente para aqueles que, como eu, são fans dos filmes que Ed Wood deixou assinados!

Para os menos oleados nestas coisas de filmes de culto, Ed Wood foi um realizador que não se coibiu de utilizar excertos de outros filmes, adereços francamente mal concebidos e efeitos especiais que tinham efeito, mas apenas se tornaram especiais por se tornarem numa das suas marcas registadas! Títulos como PLAN 9 FROM OUTER SPACE, GLEN OR GLENDA, BRIDE OF THE MONSTER ou NIGHT OF THE GHOULS, são apenas alguns dos que transportam até aos dias de hoje a visão de um homem que sabia bem o que queria fazer, mas que não possuía todos os meios para atingir os seus fins, recorrendo à criatividade e a um elenco residente de estrelas em decadência, que surgiu em quase todas as suas obras!

Tim Burton homenageia aqui a criatividade e a vida de Ed Wood, com as preciosas e magníficas contribuições de Johnny Depp, Bill Murray ou Martin Landau, que acabou por ganhar o Oscar de Actor Secundário pela sua interpretação de um Bela Lugosi em final de carreira e de vida! Depois de verem este ED WOOD, façam um favor a vocês próprios e vão procurar os seus filmes! Mesmo pertencendo aquele leque de obras que ou se ama ou se odeia, visitar a História nunca fez mal a ninguém.

15. Tucker and Dale vs Evil (2010)

R | 89 min | Comedy, Horror

65 Metascore

Affable hillbillies Tucker and Dale are on vacation at their dilapidated mountain cabin when they are mistaken for murderers by a group of preppy college students.

Director: Eli Craig | Stars: Tyler Labine, Alan Tudyk, Katrina Bowden, Jesse Moss

Votes: 193,468 | Gross: $0.22M

365 filmes para um ano inteiro #015: TUCKER & DALE vs EVIL (2010)

TUCKER & DALE vs EVIL (2010): Durante o dia de hoje esteve prestes a instalar-se a dúvida, respeitando à linha a seguir hoje, no que toca ao campo da sugestão cinéfila. O que fazer, o que fazer? Seguir a inclinação dos biopics, após a memória de ED WOOD que mais uma boa série delas veio trazer, optar por um outro caminho, um outro registo? Tendo em conta que amanhã entra de novo o fim de semana e o que precisamos todos é de um pouco mais de energia para podermos esbanjar nos nossos vícios preferidos, seguimos caminho para o ritmo mais alucinado de uma comédia negra intitulada TUCKER & DALE vs EVIL! O tom de comédia negra, aqui, talvez seja um pouco modesto demais. Vamos antes chamar-lhe comédia vermelha de sangue, porque quem se aventurar nesta amálgama de maus entendidos e de coincidências infelizes, vai certamente ter que lidar com quantidades enormes dele. No entanto, não se preocupem com o teor visceral que estou a sugerir. Todos vocês já viram coisas piores no Youtube.

O argumento de TUCKER & DALE vs EVIL explica-se de forma simples: dois bons amigos rumam para a sua cabana na floresta, com o intuito de a cuidar e reparar, pois está em bastante mau estado. Ao mesmo tempo, um grupo de adolescentes segue viagem para um daqueles típicos fins-de-semana de adolescente americano, presente em quase todos os filmes slasher de que há memória registada. Quis o destino que os dois lados desta história acabem por se cruzar num lago, onde os primeiros vão pescar e os segundos vão tomar banho, para que os maus entendidos comecem e o sangue comece a jorrar. Daqui até que os adolescentes pensem que os dois amigos são serial killers e os dois amigos pensem que os adolescentes foram para a floresta para morrer num pacto suicida vão apenas 90 minutos, com muita morte divertida pelo pelo meio, bem como um pequeno sub-enredo escondido ali entre os cadáveres...

Apesar de todo o cenário macabro que posso ter descrevido em cima, TUCKER & DALE vs EVIL é um filme leve e divertido, com elevado sentido de humor e que de uma forma bem conseguida inverte alguns dos clichés habituais dos filmes de assassinos VS adolescentes em fim-de-semana, reduzindo-os a episódios casuais de interpretações erradas e de situações banais em que o que parece, afinal não é...

16. The Runaways (2010)

R | 106 min | Biography, Drama, Music

65 Metascore

A coming-of-age biographical film about the 1970s teenage all-girl rock band The Runaways. The relationship between band members Cherie Currie and Joan Jett is also explored.

Director: Floria Sigismondi | Stars: Kristen Stewart, Dakota Fanning, Michael Shannon, Stella Maeve

Votes: 50,935 | Gross: $3.57M

365 filmes para um ano inteiro #016: THE RUNAWAYS (2010)

THE RUNAWAYS (2010): Ainda ontem abordava a possibilidade de incluir mais alguns biopics neste grupo de sugestões e eis-me já aqui com um título desse segmento, por um motivo não tão risonho quanto isso, mas que ainda assim não deixa merecer nota de registo. Soube hoje que nos deixou Kim Fowley, uma figura que poucos poderão conhecer assim à primeira leitura do seu nome, mas que foi responsável entre muitas e diversas coisas por esse fenómeno musical de popularidade dos anos 70 que foram as Runaways e que acabou por nos brindar com Joan Jett ou Lita Ford! O legado de Fowley não se resume apenas a esta banda, tendo colaborado ao longo das décadas com nomes que vão desde os Kiss a Kris Kristofferson, de Frank Zappa a Cat Stevens, escreveu, produziu, tocou, cantou, esteve ligado ao cinema e à promoção, numa carreira que atravessou décadas! Kim Fowley faleceu ontem, 15.01.15, mas ainda teve tempo de se ver retratado por Michael Shannon neste biopic acerca da banda que ajudou a fundar e da qual foi manager até 1977.

Os biopics têm muita tendência de embelezarem em demasiada o conto a que se propõem dar voz. Se por um lado se compreende que exista uma necessidade por parte dos produtores em oferecerem um pouco mais do que a realidade, uma forma de tornar o público interessado e evitar que o filme ultrapasse a barreira para o território do documentário, por outro lado também não é menos verdade que recorrer a esse tipo de esquema pode levar a frequentes encolher de ombros por parte de quem assiste aos filmes e que esteja relativamente familiarizado com as histórias em questão. Neste caso específico, o único detalhe demasiado enfeitado com purpurinas que me foi incomodando ao longo de todo o filme prendeu-se com o destaque subliminar que vai sendo dado à pseudo-relação entre Joan Jett e Cherie Currie. Não quer isto dizer que não tenha acontecido, significa apenas que o destaque que lhe foi dado não foi inocente e que acabou por centrar muita da história à volta dessas duas figuras da banda.

Parecendo com aquele segundo parágrafo dizer que THE RUNAWAYS tenha sido um filme que não apreciei, resta-me assegurar que tal não foi o caso. Sou um tolinho por biopics, principalmente se estiverem relacionados de alguma forma com o mundo da música. Muitos dos que vi são excelentes e muitos dos que saíram nos últimos anos, e que ainda não tive oportunidade de ver, serão também excelentes, com certeza! Também os documentários são alvo de muita procura aqui no covil, mas vou evitar trazê-los para este espaço. Faço-o apenas em jeito de sugestão, dentro da sugestão, tal como uma matrioshka, e uma vez que foi por Kim Fowley que surgiu este #16, para vos dizer que vejam também um documentário lançado em 2003 e intitulado ‘Mayor of the Sunset Strip’, onde Fowley surge diversas vezes, com as suas opiniões directas e a sua excêntrica forma de ser.

17. Welcome to Collinwood (2002)

R | 86 min | Comedy, Crime

61 Metascore

Cosimo gets a plan for a huge job from his cellmate. He asks his woman to find a patsy for his bungled car theft, offering $15,000. Suddenly, 7 are involved.

Directors: Anthony Russo, Joe Russo | Stars: George Clooney, Sam Rockwell, William H. Macy, Isaiah Washington

Votes: 15,646 | Gross: $0.33M

365 filmes para um ano inteiro #017: WELCOME TO COLINWOOD (2002)

WELCOME TO COLINWOOD (2002): Nunca consegui perceber muito bem as pessoas que viram as costas à oportunidade de voltar a ver um bom filme. Pessoas que não compram filmes porque, depois de ver uma vez, “que sentido faz voltar a perder tempo com aquilo?”. Olho um bocado para estas situações da mesma forma como quando estamos presentes a uma boa garrafa de vinho e a ela voltamos quando temos oportunidade. Regressamos porque nos dá prazer, porque nos sabe bem e, com alguma sorte, tal como os filmes, nos poderá divertir nas próximas horas. Ontem regressei a WELCOME TO COLINWOOD pela terceira vez e gostei da mesma forma que nas vezes anteriores. Fui matar saudades daquelas personagens. Hoje vou beber vinho.

A procura de uma vida melhor é comum a todas as pessoas e nada é mais premente e verdadeiro do que nestas figuras, habitantes de Colinwood, esquecidos pela sorte e pela fortuna, tentam sobreviver da forma que conseguem. Uns com pequenos roubos, outros tentando a sorte no mundo do pugilismo, vendendo garrafas pintadas à mão ou esperando pela riqueza vinda de um cunhado prometido. Por mero acaso, uma destas almas perdidas acaba por descobrir que existe um cofre à espera de ser arrombado, que poderá conter uma pequena fortuna lá dentro. Uma pequena fortuna a que todos pretendem deitar as mãos. Acontece que o caminho até chegar ao cofre tem demasiadas curvas e o que parece fácil e ao alcance do toque está, afinal de contas, bem mais longe do que parece.

WELCOME TO COLINWOOD é uma daquelas comédias bem escritas e repletas de personagens carismáticos, interpretados por actores de créditos firmados que parecem encaixar que nem uma luva naquelas personagens. Falamos aqui de Sam Rockwell, William H Macy, Luis Guzman, Michael Jeter, Isaiah Washington ou de George Clooney, num papel secundário de um arrombador de cofres reformado, preso a uma cadeira de rodas e que agora dá aulas da sua arte. É também um filme com uma pequena mensagem escondida, resumida numa simples frase proferida pelo desgraçado Toto (interpretado pelo falecido Michael Jeter), quase no final do filme: “Está tudo bem. É apenas dinheiro.”

18. See No Evil, Hear No Evil (1989)

R | 103 min | Comedy, Crime

44 Metascore

Dave is deaf, and Wally is blind. They witness a murder, but it was Dave who was looking at her, and Wally who was listening.

Director: Arthur Hiller | Stars: Richard Pryor, Gene Wilder, Joan Severance, Kevin Spacey

Votes: 58,358 | Gross: $46.91M

365 filmes para um ano inteiro #018: SEE NO EVIL, HEAR NO EVIL (1989)

SEE NO EVIL, HEAR NO EVIL (1989): Apetece-vos fazer uma pequena visita ao final dos anos 80? Hoje faço-a aqui em palavras de apreço para mencionar SEE NO EVIL, HEAR NO EVIL, que tantas e tantas vezes foi sinónimo de boa disposição e testemunha de como se fizeram tão boas comédias naquela década. Bom, na verdade, existem excelentes comédias ao longo de toda a história do cinema, mas muitas vezes temos que saber esquivar-nos das investidas comerciais e procurar na caixa das pérolas escondidas. Curiosamente, este não é o caso, pois as duas estrelas que aqui figuram foram gigantes nos seus ofícios. Estou a falar de Richard Pryor e de Gene Wilder.

O cenário desta comédia de 1989 é fácil de montar. Um homem chamado Wally (Richard Pryor) vai a uma entrevista de emprego. Wally é cego. Na entrevista, Wally conhece Dave (Gene Wilder), o seu possível futuro patrão. Dave é surdo. Os dois tentam contornar as dificuldades óbvias desta entrevista e acabam por se tornar amigos. Um dia os dois amigos vêem-se na estranha posição de testemunhas de um homicídio. Estranha porque um deles não ouviu o crime a acontecer, mas reparou em alguns pormenores das pessoas envolvidas, enquanto o outro não viu o crime acontecer, mas ouviu alguns detalhes do que se passou. Estão a acompanhar até aqui? Porque daqui em diante as coisas começam a tornar-se mais complicadas, com a polícia a acusá-los de terem cometido o crime e os criminosos a tentarem eliminá-los, convencidos de que poderão ser incriminados por esta dupla improvável. Cheguei a mencionar que Kevin Spacey é um dos maus da fita?

Talento é coisa que não falta nestes dois grandes nomes da comédia. Ainda hoje, Richard Pryor é considerado por muitos como um dos gigantes do stand-up e Gene Wilder tem toda uma colecção de grandes filmes e interpretações. Alguns deles ainda passarão por aqui em futuras referências. SEE NO EVIL, HEAR NO EVIL faz parte do relicário aqui do ninho com toda a reverência que lhe é devida.

19. The Prophecy (1995)

R | 98 min | Action, Crime, Drama

44 Metascore

At the scene of a bizarre murder, L.A. homicide detective Thomas Dagget discovers a lethal heavenly prophecy now being fulfilled on earth. In his fight to stop the forces of evil, he finds an unlikely ally in an elementary school teacher.

Director: Gregory Widen | Stars: Christopher Walken, Elias Koteas, Virginia Madsen, Eric Stoltz

Votes: 33,349 | Gross: $16.12M

365 filmes para um ano inteiro #019: THE PROPHECY (1995)

THE PROPHECY (1995): Aqueles que me estão próximos estão cientes do pequeno fascínio que tenho por mitologia, principalmente se estivermos a falar de mitologia celestial. Não sou, nem de longe nem de perto, um especialista na matéria mas a minha sede leva-me a tentar consumir tudo o que consiga encontrar, seja em termos de estudo teológico ou representação para efeitos de entretenimento. Foi devido a esta sede que o meu espólio foi enriquecido com THE PROPHECY, um filme que leva já vinte anos em cima, referindo-me apenas ao primeiro do franchise, tendo em conta que mais quatro foram lançados a seguir a este. Vou apenas falar deste, deixando que a vossa curiosidade vos leve aos seguintes, se assim entenderem.

Com aquele que é um dos meus actores preferidos, Christopher Walken, a interpretar o arcanjo Gabriel e com um Vigo Mortensen no papel de Lucifer, bem antes da sua participação na saga Lord of the Rings, este título leva-nos ao centro de uma guerra celestial, envolvendo os anjos tementes ao Criador e à sua obra e a facção oposta, aqueles que pretendem que tudo volte a ser como anteriormente, antes da criação do homem, quando só os anjos tinham a atenção de Deus. Curiosamente, Lucifer (Vigo Mortensen) surge aqui numa posição desconfortável, em que se vê forçado a auxiliar o Homem, para não correr o risco de ter que lidar com um segundo Inferno. Algo que Vigo explica claramente numa das grandes cenas deste filme.

O foco deste jogo de poder reside numa alma, a mais negra de todas as almas, que pode decidir o futuro da guerra angelical, dependendo de quem a possuir e souber utilizar em seu proveito. Os humanos são apanhados no meio deste conflito, uma vez que a alma em questão é escondida na Terra por um dos anjos em fuga das garras de Gabriel. Todos estes factores acabam por se conjugar num argumento que equilibra fantasia, thriller e mesmo alguns momentos mais bem humorados, fruto da necessidade sentida por Gabriel em utilizar alguns humanos como seus escravos, uma vez que, apesar de todo o seu poder, a Terra é um lugar estranho para ele e as coisas mais banais como conduzir ou utilizar um computador estão totalmente fora do seu domínio de capacidades.

As quatro sequelas de THE PROPHECY levam esta história a patamares muito mais evoluídos a cada novo filme mas, como disse antes, menciono apenas o primeiro da série e deixo que a vossa curiosidade vos encaminhe para os restantes. Deixo-vos apenas esta dica: os primeiros três são os melhores.

20. Grosse Pointe Blank (1997)

R | 107 min | Action, Comedy, Crime

76 Metascore

Martin Blank is a professional assassin. He is sent on a mission to a small Detroit suburb, Grosse Pointe, and, by coincidence, his ten-year high school reunion party is taking place there at the same time.

Director: George Armitage | Stars: John Cusack, Minnie Driver, Dan Aykroyd, Joan Cusack

Votes: 99,599 | Gross: $28.01M

365 filmes para um ano inteiro #020: GROSSE POINTE BLANK (1997)

GROSSE POINTE BLANK (1997): Depois de ontem ter ficado a segunda sugestão de um filme onde pontua Christopher Walken, a entrada de hoje oferece também a segunda presença de John Cusack. Antes de ter surgido em HIGH FIDELITY com a sua loja de discos, Cusack contracenou com Dan Aykroyd, Alan Arkin e a bela Minnie Driver, neste filme de 1997 que mistura comédia, acção e assassinos profissionais.

John Cusack interpreta Martin, um assassino profissional que está saturado do seu ofício, e que permitiu que a depressão se tivesse instalado na sua mente. A pressão da sua profissão, aliada à pressão de um dos seus rivais (Dan Aykroyd) que pretende a todo o custo sindicalizar a classe dos assassinos profissionais, Martin toma a decisão de abandonar a carreira, bastando-lhe para isso levar a cabo uma última missão, para cair nas boas graças do seu último cliente, cujo último trabalho encomendado não teve o melhor dos fins. Este fecho de capítulo coincide com uma reunião de antigos alunos do seu antigo liceu, um convite que Martin relutantemente acaba por aceitar, uma vez que deixou inúmeros capítulos abertos quando deixou a cidade e se alistou no exército. O único problema é que com ele para a cidade de Grosse Pointe seguem também o seu rival sinicalista, bem como um outro assassino profissional contratado para acabar com Martin. Junte-se a este cocktail a sua antiga namorada de liceu, os seus antigos colegas, amigos e inimigos, e a desconcertante descoberta da identidade do seu último alvo e, como diria o outro, “está o baile armado”!

Este é outro dos meus eleitos, no que diz respeito à carreira de John Cusack, um filme que é divertido e inteligente, com as doses suficientes de tiroteio para poder também ser descrito com alguns elementos de acção. Para além de tudo isto, não se pode virar a cara a um filme que conta também com as presenças de Jeremy Piven, Hank Azaria ou Benny Urquidez e cuja banda sonora tem o dedo de um tal senhor a quem deram o nome de Joe Strummer...

21. Cadillac Records (2008)

R | 109 min | Biography, Drama, Music

65 Metascore

Chronicles the rise of Chess Records and its recording artists.

Director: Darnell Martin | Stars: Adrien Brody, Jeffrey Wright, Beyoncé, Columbus Short

Votes: 23,118 | Gross: $8.20M

365 filmes para um ano inteiro #021: CADILLAC RECORDS (2008)

CADILLAC RECORDS (2008): A música sempre esteve aliada aos filmes, desde os seus primeiros dias, no tempo do cinema mudo, em que as aventuras projectadas no ecrã eram acompanhadas por uma pessoa ao piano, quando não existia a presença de um pequeno grupo de músicos, fornecendo a banda sonora ao vivo e em tempo real. Algumas destas experiências continuam ainda nos dias de hoje e, ainda que os seus objectivos sejam totalmente diferentes, será certamente uma boa experiência a conhecer. Mas em CADILLAC RECORDS a música é outra. Talvez seja a personagem principal. Ela ou os músicos que a criaram. Eles ou as pessoas que os deram a conhecer ao mundo. Todos eles.

Este filme está na categoria dos biopics e retrata, de forma tentada, aquilo que foi o nascimento e a ascenção de uma pequena editora, a Chess Records, gerida por Leonard Chess (Adrien Brody), um emigrante polaco que, em plena América segregada dos anos 50, abriu as suas portas a artistas negros, músicos de jazz, blues, soul e aquilo que seriam as raízes do rock ‘n’ roll, posteriormente usurpadas por diversos artistas brancos. Esta editora foi responsável por lançar nomes tão lendários como Muddy Waters (Jeffrey Wright), Howlin’ Wolf (Eammon Walker), Chuck Berry (Mos Def) ou Etta James (Beyonce) e produziu os discos responsáveis pela inspiração de outras lendas como foram os Beatles ou os Rolling Stones. Tudo graças a um polaco judeu que abriu as portas da sua editora aos artistas que as viam fechadas em quase todos os estados.

Ainda que a crítica não tenha tenha ficado surpreendida com o argumento em si, rendeu-se ao retrato da época e à forma como aqueles actores trouxeram para o ecrã as personalidades e os maneirismos de todas aquelas figuras da música, ao mesmo tempo que se renderam à música e à forma como ela foi homenageada neste filme. Se gostam de biopics, se gostam de blues e de rock ‘n’ roll e se gostam da História da Música em geral, CADILLAC RECORDS será, pelo menos, um título a espreitar pelo menos uma vez...

22. The Bellboy (1960)

Approved | 72 min | Comedy

70 Metascore

Mute bellboy Stanley works at the luxurious Fontainebleau Hotel in Miami Beach. In spite of being a serviceable and friendly employee, the clumsy Stanley gets successively into trouble with his mistakes.

Director: Jerry Lewis | Stars: Jerry Lewis, Alex Gerry, Bob Clayton, Sonnie Sands

Votes: 4,803

365 filmes para um ano inteiro #022: THE BELLBOY (1960)

THE BELLBOY (1960): Acredito que qualquer um de nós possua uma dívida de gratidão a alguma das suas figuras familiares, por uma questão de influência positiva no que diz respeito a entretenimento, seja em termos musicais ou em questão de cinema e televisão. No meu caso e nesta entrada específica, essa dívida está registada em nome do meu pai, pois sem a sua influência poderia ter demorado eternidades até chegar ao legado cómico de nomes como Monty Python, Louis de Funès, Benny Hill ou Jerry Lewis. Considero que em todos eles habitou um pouco do génio capaz de nos fantasiar a todos com o seu talento. Para mim, Jerry Lewis está entre os imortais da comédia. É um dos Grandes.

THE BELLBOY foi a estreia de Jerry Lewis como realizador, num filme também escrito e interpretado por ele, onde veste a pele de um paquete de um hotel movimentado algures em Miami. O gimmick do filme declara que não existe um verdadeiro enredo aliado a este filme, levando a que toda a atenção seja focada apenas e só em Stanley (Jerry Lewis) e as situações ridículas em que se vê envolvido, ao mesmo tempo que tenta fazer o seu trabalho sem ser despedido. Apesar de ser um filme com som, Lewis aborda esta personagem como se se tratasse de um filme mudo, nunca proferindo uma única frase, a não ser no final do mesmo. No fundo, é uma oportunidade de admirar o seu talento de pantomina e de comédia física, naquilo que pode também ser visto como uma homenagem aos clássicos do cinema mudo. O facto de Lewis ter sido aconselhado por Stan Laurel durante a pré-produção de THE BELLBOY acrescenta mais corpo a este cenário de tributo. Apesar de tudo, Lewis ainda dá corpo a algumas personagens no início do filme, numa espécie de olhar de bastidores aos responsáveis pela produção e também numa caricatura de si próprio, com toda a pompa atribuída aos actores daquela época.

Não será de estranhar que mais filmes de Jerry Lewis venham a surgir aqui. A meu ver, a qualidade dos seus filmes da década de 60 é tal, que quase seria tentado a criar uma sub-categoria apenas dedicada a ele. Mas isso seria abrir um precedente perigoso e se há coisas que este mundo não precisa é de mais coisas perigosas. Precisa sim é de mais momentos como THE BELLBOY, capazes de entreter e trazer sorrisos através de coisas tão simples como puro talento.

23. Sid and Nancy (1986)

R | 112 min | Biography, Drama, Music

76 Metascore

The relationship between Sid Vicious, bassist for British punk group Sex Pistols, and his girlfriend Nancy Spungen is portrayed.

Director: Alex Cox | Stars: Gary Oldman, Chloe Webb, David Hayman, Debby Bishop

Votes: 34,671 | Gross: $2.83M

365 filmes para um ano inteiro #023: SID & NANCY (1986)

SID & NANCY (1986): Não são raras as relações atribuladas no mundo do rock e da música em geral, mas nem todas atingem o estatuto de lendárias e ainda menos conseguem ser tão trágicas e destrutivas que mereçam que alguém faça um filme sobre elas. A história de Sid Vicious e Nancy Spungen é uma dessas tragédias e SID & NANCY foi a forma que Alex Cox encontrou para deixar imortalizado o amor dos dois desafortunados mais famosos da galeria do Punk.

Para os menos informados, Sid Vicious foi em tempos baixista da lendária banda Sex Pistols, enquanto que Nancy Spugen fez a sua vida como uma famigerada stripper e groupie da cena underground Nova Iorquina, até seguir rumo a Londres e ao centro do que estava a acontecer com o fenómeno Punk naqueles anos de 1976/77. Uma adolescente esquizofrénica e viciada em drogas e o punk-símbolo do movimento, um rapaz a lidar com a sua própria timidez e falta de confiança. Uma relação condenada desde o início, minada pelo consumo de drogas de ambos e que culminou com o suposto assassínio de Nancy, às mãos de um Sid Vicious controlado pelo vício que viria também a acabar com a sua vida. Canções foram escritas acerca dos dois e ainda hoje diversas teorias continuam a circular acerca da verdadeira responsabilidade pela morte de qualquer um deles. Este filme não vai ajudar a desvendar nenhum dos casos.

SID & NANCY contém muitos pontos que poderiam fazer com que descartasse a sua sugestão aqui. A forma como Johnny Rotten é interpretada é quase rídicula e os outros dois membros dos Pistols quase passam despercebidos. Julgando pelo que é descrito de Nancy Spugen, a actriz que a interpreta, Chloe Webb, conseguiu uma performance extraordinária, pois existem diversos momentos em que só vos apetece desistir do filme, tão grande é a irritação que ela vos provoca! Mas estamos a falar de um biopic. Não há como fugir a uma personalidade assim. E estamos também a falar de um óptimo trabalho de Gary Oldman no papel de Sid Vicious. Para não falar do fraquinho pessoal por tudo o que esteja relacionado com o Punk em geral e com Sex Pistols em particular. É um filme controverso, no sentido em que não agradou a ninguém que nele surge retratado, tento surgido na altura diversas críticas negativas por parte de quem lidou pessoalmente com Sid Vicious. Mas é um retrato aproximado de uma das histórias mais dramáticas do Rock ‘n’ Roll. Para os melómanos, acresce ainda o facto da banda sonora ter sido organizada/composta por Joe Strummer e pelos The Pogues.

24. The Comedy of Terrors (1963)

Not Rated | 84 min | Comedy, Horror

Dishonest undertaker Waldo Trumbull and his sidekick Felix Gillie are creating their own customers when they cannot find willing ones.

Director: Jacques Tourneur | Stars: Vincent Price, Peter Lorre, Boris Karloff, Joyce Jameson

Votes: 7,025

365 filmes para um ano inteiro #024: THE COMEDY OF TERRORS (1963)

THE COMEDY OF TERRORS (1963): Uma das coisas que o cinema de terror nos tem ensinado ao longo dos tempos é que o humor pode muito bem ter também o seu lugar em ambientes lúgubres e histórias macabras. Existem diversos exemplos desta associação, entre o susto e o riso, entre o desconforto e o prazer. Também não são raras, e ainda bem, as chamadas comédias negras, que elevam esta parceria a outros patamares de entretenimento. A vigésima quarta entrada desta lista é uma delas.

Com um elenco recheado de estrelas do cinema de terror/suspense, com a dupla Vincent Price e Peter Lorre no centro de tudo, THE COMEDY OF TERRORS explora as possibilidades de uma casa funerária a atravessar complicados momentos e dificuldades financeiras. A situação é de tal como apertada que os dois cangalheiros se vêem reduzidos a um único caixão. Para piorar o estado de coisas, as pessoas pura e simplesmente recusam-se a falecer. Medidas extremas poderão ter que vir a ser tomadas pelo gerente (Vincent Price), algo que atormenta o seu empregado (Peter Lorre), a braços com a sua consciência e com a sua luxúria dirigida à voluptuosa e desprezada esposa do patrão. Tudo enquanto o ancião da casa, protagonizado por Boris Karloff, insiste em permanecer vivo e incoerente e o senhorio (Basil Rathbone) se vai tornando cada vez mais impaciente.

Para quem está familiarizado com os clássicos de terror da Universal Pictures e com o legado deixado pela britânica Hammer Films, nenhum destes actores, temas ou ambientes será totalmente estranho. Apesar do filme em si não ter tido grande sucesso naquela altura, o facto de juntar elementos de comédia e de terror é, para mim, o melhor de dois mundos. E ninguém consegue recusar um filme com Vincent Price, Peter Lorre, Boris Karloff e Basil Rathbone...

25. The World's Fastest Indian (2005)

PG-13 | 127 min | Biography, Drama, Sport

68 Metascore

The story of New Zealander Burt Munro, who spent years rebuilding a 1920 Indian motorcycle, which helped him set the land speed world record at Utah's Bonneville Salt Flats in 1967.

Director: Roger Donaldson | Stars: Anthony Hopkins, Diane Ladd, Iain Rea, Tessa Mitchell

Votes: 58,561 | Gross: $5.13M

365 filmes para um ano inteiro #025: THE WORLD'S FASTEST INDIAN (2005)

THE WORLD'S FASTEST INDIAN (2005): Um novo regresso aos biopics, desta vez para abordar um magnífico filme que adquire muita da sua grandeza na própria história de vida em quem se baseia. Dizer que a passagem de Burt Munro por este nosso mundo foi modesta e sem grande chama vai exactamente no sentido oposto da vida e personalidade de um homem que definiu objectivos, lutou para os alcançar e nunca abandonou o seu carácter humano nem a sua honesta humildade. Esta é uma história que serve de inspiração.

Burt Munro, aqui interpretado pela lenda Anthony Hopkins, desenvolveu o seu amor pela velocidade ao ponto de se tornar um piloto de motos e atingir o topo, quer na sua Nova Zelândia natal quer na vizinha Australia. O sonho retratado em THE WORLD'S FASTEST INDIAN prende-se com o desejo de Munro em bater o recorde de velocidade na pista onde todos os recordes de velocidade são batidos, na pista de Bonneville Salt Flats (USA). Aqui, Munro teve que contornar o natural cepticismo dos outros participantes e da própria organização, quando foram confrontados com um velho de sessenta e alguns anos e uma moto com quase cinquenta, totalmente modificada por ele, à boa maneira neo-zelandesa. Com o que desse resultado. Mas até chegar a Bonneville, toda uma viagem ficou para trás, onde Munro demonstrou a todos que uma atitude positiva e honesta nos pode levar muito longe.

Não tenho noção se THE WORLD'S FASTEST INDIAN teve grande presença nos cinemas lusos ou se foi nos cinemas caseiros que mais olhos se cruzaram com ele. Sei que é um filme que cativa imenso pois, tal como já referi, não foram apenas os feitos de Burt Munro que fizeram dele grande, mas toda a forma como fez o seu caminho até chegar ao sonho é digna de se conhecer. Se nunca viram este filme, não têm desculpa daqui para a frente.

26. Clerks (1994)

R | 92 min | Comedy

70 Metascore

A day in the lives of two convenience clerks named Dante and Randal as they annoy customers, discuss movies, and play hockey on the store roof.

Director: Kevin Smith | Stars: Brian O'Halloran, Jeff Anderson, Marilyn Ghigliotti, Lisa Spoonauer

Votes: 232,299 | Gross: $3.15M

365 filmes para um ano inteiro #026: CLERKS (1994)

CLERKS (1994): Kevin Smith é um realizador que aprecio bastante. Não só foi responsável por filmes como DOGMA, CHASING AMY ou MALLRATS, como ainda por cima é um excelente escritor e um tipo com um sentido de humor extremamente apurado e uma forma de estar na vida bastante descontraída e descomprometida. Sendo o autor dos argumentos de praticamente todos os filmes que realizou, uma visita a qualquer um deles pode servir-vos de exemplo para a categoria de diálogos que Smith é capaz de produzir. Se estiverem motivados para uma investigação exploratória, passem os olhos por qualquer um dos videos das suas sessões de Q&A, disponíveis no Youtube ou, para os mais corajosos, tentem encontrar e ler um dos seus livros. Não se vão arrepender.

CLERKS foi o primeiro filme a sério realizado por Kevin Smith, depois de uma curta metragem para um projecto escolar. Basicamente, trata-se de olhar para a rotina e para as vidas pessoais de dois empregados de balcão, os clientes com quem se cruzam, as suas conversas e trocas de profundas realizações acerca do sentido da vida e da condição humana, mas muitas vezes limitam-se a ser imbecis. Acrescentam-se a estas personagens, os sempre presentes Jay e Silent Bob (o próprio Smith) e o facto de todo o filme ter sido rodado a preto e branco e com apenas 3 cenários diferentes: uma loja de conveniência, um videoclube e os seus exteriores. Esta escolha não esteve relacionada com o a pretensão de fazer um filme artístico, até porque se trata de uma comédia com imensos diálogos censuráveis pelos moralistas conservadores. A logística financeira foi quem ditou as regras. Apesar de tudo, isto não limita em nada o filme em si, uma vez que os diálogos são o suficiente para tornar CLERKS uma experiência atractiva.

Este poderá ser o primeiro trabalho de Kevin Smith, aquele que lançou a sua carreira como argumentista, realizador e actor, mas é também uma óptima janela para um pouco daquilo que é o seu talento. Poderá também ser o primeiro dos seus filmes a figurar aqui, uma vez que a fonte é rica e existe mais qualidade de onde esta veio.

27. Death at a Funeral (2007)

R | 90 min | Comedy

67 Metascore

Chaos ensues when a man tries to expose a dark secret regarding a recently deceased patriarch of a dysfunctional British family.

Director: Frank Oz | Stars: Matthew Macfadyen, Peter Dinklage, Ewen Bremner, Keeley Hawes

Votes: 120,953 | Gross: $8.58M

365 filmes para um ano inteiro #027: DEATH AT A FUNERAL (2007)

DEATH AT A FUNERAL (2007): Vamos baralhar aqui um pouco as coisas com este produto da comédia britânica lançado em 2007. Digo baralhar porque, no curto espaço de três anos, DEATH AT A FUNERAL foi alvo de 2 remakes, sendo eles uma versão indiana e uma americana. Nada disto é típico para uma comédia ou mesmo para qualquer outro género de filme, a não ser nos mockbusters em que a Asylum se tornou especialista. No entanto, a sugestão que aqui fica prende-se apenas e só com a versão original, a britânica, deixando a outras para segundas núpcias, até porque a versão americana passa frequentes vezes nos canais de televisão nacionais.

DEATH AT A FUNERAL apresenta um corrupio de situações de complicada resolução e de constrangedor azedume familiar, principalmente se imaginarmos que tudo o enredo deste filme se passa devido e durante o funeral do patriarca desta família inglesa. Entre questões de partilhas, ciúmes fraternais, desejos de independência, relações passadas polvilhadas de arrependimento, consumo de drogas anónimas e amantes homossexuais de reduzida estatura, o carrocel de eventos não parece dar descanso a Daniel cujo maior desejo neste momento é poder oferecer uma despedida condigna ao seu velho pai e, com alguma ponta de sorte, conseguir finalmente levar a sua esposa para um ninho dignificante para ambos. Mas a sorte não lhe pretende dar margem de manobra e a cada minuto as coisas parecem ficar cada vez mais confusas e caóticas.

Não tenho nada contra a versão americana de DEATH AT A FUNERAL (lançada em 2010), até porque alguns dos meus comediantes preferidos fazem parte desse elenco (Chris Rock, Tracy Morgan, Martin Lawrence), mas a versão inglesa parece-me ser muito mais divertida e honesta. Talvez seja o facto de que este tipo de filme, o das tragédias de banalidades, se confronte tão bem com a típica personalidade britânica, sóbria e sob controlo. Talvez seja também devido à qualidade do próprio humor britânico, que aqui transparece de forma genuína, ao passo que a versão americana soa a produto recauchutado para um mercado isolado. Resumindo, se tiverem que optar, a escolha certa aqui será sempre o produto original.

28. Fright Night (1985)

R | 106 min | Horror

62 Metascore

"Fright Night" sees a teenager believing that the newcomer in his neighborhood is a vampire. He turns to an actor in a television hosted horror movie show for help to deal with the undead.

Director: Tom Holland | Stars: Chris Sarandon, William Ragsdale, Amanda Bearse, Roddy McDowall

Votes: 78,616 | Gross: $24.92M

365 filmes para um ano inteiro #028: FRIGHT NIGHT (1985)

FRIGHT NIGHT (1985): Regressamos aos inofensivos títulos de terror dos anos oitenta, para falar um pouco acerca de um filme que durante um breve período de tempo e no que toca a escolhas cinéfilas, conseguiu figurar entre os ilustres preferidos, mesmo tratando-se de um filme com um contexto e um argumento tão simples como este, mas a magia dos anos 80 faz-se valer e no meio de toda aquela simplicidade encontram-se alguns dos temperos que nos fazem gostar de filmes assim. Pelo menos a mim: vampiros, cultura de entretenimento alternativa, terror e humor.

Charley Brewster, um jovem como tantos outros, é um ávido apreciador de filmes de terror e muitas das suas noites são passadas em frente à televisão, devorando as reposições e os programas sobre os seus filmes preferidos. Esta rotina vai-se mantendo sem eventos, até à chegada de um novo vizinho, de quem Charley imediatamente começa a suspeitar que possa ser um vampiro. Esta é a chave que abre a caixa de eventos seguintes que envolvem policias incrédulos, caçadores de vampiros reformados cuja fé está totalmente de rastos, namoradas, transformismo, efeitos especiais de orçamento apertado e outros pequenos detalhes que vão fazendo com que o factor de entretenimento se mantenha sempre em sentido. Em muitos aspectos, este é quase um filme ideal para os domingos chuvosos, uma vez que não nos exige de nós mais do que o necessário, ao mesmo tempo que nos diverte e assusta nos devidos momentos.

FRIGHT NIGHT gerou uma sequela e, em anos recentes, houve mesmo uma tentativa de voltar a trazer de volta este título e até transformá-lo numa franchise. Ainda não tive oportunidade de ver os que foram lançados em 2011 e 2013, mas entre este original e a sequela de 1988, a preferência recai sobre o primeiro. E como já faz algum tempo que não o vejo, em breve vou ter que me sujeitar a mais uma NOITE DO ESPANTO (título em português).

29. Four Rooms (1995)

R | 98 min | Comedy

Four interlocking tales that take place in a fading hotel on New Year's Eve.

Directors: Allison Anders, Alexandre Rockwell, Robert Rodriguez, Quentin Tarantino, Chuck Jones | Stars: Tim Roth, Antonio Banderas, Sammi Davis, Amanda De Cadenet

Votes: 111,070 | Gross: $4.30M

365 filmes para um ano inteiro #029: FOUR ROOMS (1995)

FOUR ROOMS (1995): As antologias, também conhecidas como portmanteaus, foram bastante populares em tempos idos. A reunião de pequenos contos ou histórias num mesmo filme, unidos por aquilo que se designa como ‘arco’, ou seja, a variável comum a todas as narrativas fez sucesso no mundo do terror, principalmente com os lançamentos Tales From The Crypt ou Creepshow, apesar de terem existido diversos outros títulos anteriores a esses dois. Isto serve apenas relembrar esse conceito de antologia aplicado ao cinema/televisão, tendo em conta que a presente sugestão é um óptimo exemplo desse formato.

FOUR ROOMS consiste em quatro histórias diferentes, escritas e dirigidas por quatro realizadores diferentes, a saber, Allison Anders, Alexandre Rockwell, Robert Rodriguez e Quentin Tarantino. Todas as quatro histórias decorrem no mesmo hotel, durante a véspera de ano novo, e com uma personagem comum a todas elas, o paquete do hotel, interpretado por Tim Roth. Este é o ‘arco’ de que falava ali em cima. São quatro histórias que abordam pactos de bruxas, fantasias sexuais, crianças deixadas à solta e apostas de alto risco envolvendo cutelos, gelo e extremidades das mãos. A personagem de Tim Roth acaba por desempenhar um papel preponderante no desenrolar de cada uma destas aventuras de final de ano e à medida que elas se vão sucedendo, ficamos com a sensação de que os índices de excentricidade vão também aumentando. Mesmo o último segmento de todos, ‘The Man From Hollywood’, pelo qual Tarantino foi responsável, que parece abrandar os ritmos anteriores, rapidamente acelera e mergulha na mesma loucura pautada pelos outras situações.

Confesso que o meu segmento preferido é mesmo este último. Tudo porque a mestria da escrita de Tarantino está aqui, mais uma vez, bem demonstrada e bastam alguns minutos a ouvirmos a forma como a sua personagem tenta convencer Tim Roth a executar a tarefa que a sua aposta requere para ficarmos rendidos. Se isso não bastar, deixem-se então convencer por um filme que, para além de Tim Roth e Quentin Tarantino, conta também com as participações de Madonna, Lili Taylor, Antonio Banderas, Salma Hayek, Marisa Tomei ou Bruce Willis.

30. Stand by Me (1986)

R | 89 min | Adventure, Comedy, Drama

75 Metascore

A writer recounts a childhood journey with his friends to find the body of a missing boy.

Director: Rob Reiner | Stars: Wil Wheaton, River Phoenix, Corey Feldman, Jerry O'Connell

Votes: 441,457 | Gross: $52.29M

365 filmes para um ano inteiro #030: STAND BY ME (1986)

STAND BY ME (1986): Stephen King é um escritor com um volume de trabalho que está ao alcance de muito poucos. Mestre na arte dos contos e histórias de terror, thrillers e suspense, mas também um hábil contador de histórias e autor de muitas obras que têm sido adaptadas ao cinema ao longo dos anos. Este filme de 1986 foi adaptado de um dos seus contos (“The Body”) e, se não faz parte da vossa lista de preferidos, devia fazer.

A história deste filme centra-se em quatro amigos que partilham um Verão, que poderá muito bem ser o último que passam juntos, entregues às coisas típicas de um adolescente americano nos finais dos anos 50. Cada um deles carrega a sua própria bagagem de problemas pessoais e familiares, mas quando estão juntos são fortalecidos pela amizade que os une. Todos eles enfrentam também as dúvidas comuns de quem está a amadurecer e não sabe o que o dia de amanhã lhe pode reservar. Estas são as bases de carácter que os vão acompanhar, quando embarcam numa viagem em busca do corpo de um miúdo desaparecido há alguns dias. Uma viagem que se revela ser também de descobertas pessoais e aventuras que os vão definir no futuro.

Não me recordo de quantas vezes vi já este filme. Por vezes apanhado a meio e novamente consumido até final, existe nesta história e nesta realização um qualquer toque de encanto que vai segurando cada minuto. Talvez seja, como a personagem que narra a história, uma oportunidade de viajar até distantes tempos de aventuras e de descobertas pessoais. Seja como for, é uma daquelas sugestões que não me canso de fazer.

31. Burke and Hare (2010)

R | 91 min | Comedy, Crime, History

46 Metascore

A black comedy about two 19th-century grave robbers who find a lucrative business providing cadavers for an Edinburgh medical school.

Director: John Landis | Stars: Bill Bailey, Tom Wilkinson, Michael Smiley, Tim Curry

Votes: 21,345 | Gross: $0.00M

365 filmes para um ano inteiro #031: BURKE AND HARE (2010)

BURKE AND HARE (2010): Não estou seguro se este filme se poderá qualificar dentro da categoria dos biopics mas, não sendo esse o caso, assegura-se quem lhe quiser dar uma oportunidade que se trata do recontar de um caso verídico ocorrido em Edimburgo, nos tempos idos de 1828. Não se garante que todos os factos tenham acontecido da forma como são relatados nesta peça de comédia negra com toque britânico, mas assegura-se que se trata de uma história que quase não pode ser inventada.

Falamos então de dois irlandeses a tentar sobreviver na Escócia do século XIX, recorrendo a todos os meios possíveis para conseguir fazer algum dinheiro, ambicionando o golpe ou o empreendimento que os possa levar definitivamente à riqueza. O destino parece querer operar em seu benefício, quando chegam à conclusão que existe uma escassez de cadáveres humanos para serem dissecados nas escolas de medicina da cidade de Edimburgo. Aparentemente, os cirurgiões pagam bom dinheiro por corpos frescos que possam ser utilizados nas suas aulas práticas. O único problema é a milícia que patrulha os cemitérios, com o intuito de evitar o roubo de sepulturas frescas. Mas isto não parece ser um problema para a dupla interpretada por Simon Pegg e Andy Serkis. Se não existem pessoas a falecer de causas naturais, providências terão que ser tomadas.

Parece uma história demasiado macabra para ser verdade, mas como todos bem sabemos, a realidade é rica em casos que ultrapassam a mais fértil das imaginações. Seja como for, BURKE AND HARE é um filme divertido, enriquecido por algumas caras conhecidas e por uma história que tanto tem de fantástico como de veracidade. E tem também o Simon Pegg, facto mais do que suficiente para que as portas desta casa estejam abertas a filmes assim.

32. The French Connection (1971)

R | 104 min | Action, Crime, Drama

94 Metascore

A pair of NYPD detectives in the Narcotics Bureau stumble onto a heroin smuggling ring based in Marseilles, but stopping them and capturing their leaders proves an elusive goal.

Director: William Friedkin | Stars: Gene Hackman, Roy Scheider, Fernando Rey, Tony Lo Bianco

Votes: 135,622 | Gross: $15.63M

365 filmes para um ano inteiro #032: THE FRENCH CONNECTION (1971)

THE FRENCH CONNECTION (1971): A década de setenta foi rica em transformações no cinema, algumas bem sublinhadas e outras a seguir o próprio lento percurso do tempo, da sociedade e da sua realidade. Uma das coisas que muitos filmes deste período trouxeram foi uma rudeza, quer nas suas narrativas, quer nas suas cores e personagens. Um dos géneros onde esse explanar cru da realidade teve mais impacto foi nos filmes policiais, onde esta sugestão de 1971 tem lugar destacado.

A acção de THE FRENCH CONNECTION tem como pano de fundo a cidade de Nova Iorque, onde dois dos seus detectives, interpretados aqui por Gene Hackman e Roy Scheider, investem os seus esforços na luta contra o tráfico de droga. São polícias duros e batem as ruas com a mesma intensidade com que batem naqueles que tentam escapar à sua rede de investigação. Por mera coincidência, o seu faro policial leva-os a desconfiar de algumas movimentações suspeitas no submundo, que podem muito bem vir a revelar um elaborado esquema de tráfico de heroína entre a Europa e a América. A dificuldade passa não só por tentar descobrir todo o labirinto montado e os elementos nele envolvidos, como também convencer os seus superiores e o FBI de que não há fumo sem fogo. Mesmo que as suas tácticas não sejam as que mais seguem as regras.

Rude e sem arestas limadas, é um pouco assim que este filme sai do ecrã. Porque se trata de um retrato ficcionado da realidade, um olhar sobre uma cidade a braços com o aumento da criminalidade relacionada com o tráfico e consumo de droga, onde não há lugar para falas mansas e panos quentes. Baseado num livro que contou as verdadeiras histórias dos dois polícias em que as personagens de Hackman e Scheider são baseadas, THE FRENCH CONNECTION, foi louvado por muitos aquando do seu lançamento, mesmo com o seu final totalmente desconcertante e inesperado.



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